A taxa Selic é protagonista das notícias que acompanhamos a cada dia. Mas até que ponto ela tem consequências práticas na vida diária?
Para responder essa pergunta, temos que entender o que é, para que serve e como se aplica a taxa Selic.
Selic: a mãe das taxas de juros
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Por esse motivo, é também chamada de “a mãe das taxas de juros”, já que serve como parâmetro para todos os demais índices que envolvem os juros praticados no país, como empréstimos, financiamentos e investimentos.
Ela é definida a cada 45 dias em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que avalia o comportamento dos mercados e as perspectivas futuras da economia para tomar uma decisão.
De acordo com a reunião do Copom, realizada em janeiro de 2025, a taxa Selic estava em 13,25% ao ano.
Para confirmar qual é a taxa Selic fixada pelo Copom na data atual basta acessar o site do Banco Central.
Para que serve a taxa Selic
Fundamentalmente, a taxa Selic é um instrumento utilizado pelo Banco Central para regular a política monetária do País e, com isso, controlar a inflação.
Para evitar a elevação dos preços, o Banco Central trabalha com uma meta anual de inflação. A taxa Selic é uma das ferramentas que ajudam a economia a se manter dentro dos limites determinados por essa meta.
O nome Selic é uma abreviatura de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, que se refere às operações de negociação de título públicos federais. Somente as instituições financeiras têm autorização para atuar nesse ambiente administrado pelo Banco Central.
Já os efeitos da taxa Selic não são restritos à área financeira, embora também incidam sobre ela. De um jeito ou de outro, acabam impactando a vida de todos os brasileiros.
Poder aquisitivo é afetado pela taxa Selic
As consequências práticas da taxa Selic começam pelo bolso – quando ela sobe, os custos das empresas também aumentam, o que impacta o preço final de produtos e serviços. O quadro também interfere nos juros cobrados pelo cartão de crédito, por conseguinte, afeta o ânimo e a capacidade do consumidor de efetuar as suas compras.
Portanto, a elevação da taxa Selic diminui o poder aquisitivo da população e encarece o empréstimo, à medida que reduz o consumo e esfria a economia.
A diminuição da taxa Selic, por outro lado, contribui para elevar o poder de consumo das pessoas e aquecer a economia.
A essa altura, já deu para perceber que a taxa Selic influencia até mesmo o mercado de trabalho. Se ela ajuda a aumentar o consumo, logicamente, está criando as condições favoráveis para que as empresas contratem novos funcionários. O raciocínio inverso também se aplica: juros elevados implicam em tendência maiores índices de desemprego.
Impactos no crédito
A taxa Selic influencia diretamente os custos das linhas de crédito. Por isso, se você estiver pensando em fazer um empréstimo, vale a pena estar atento à Selic.
Quando a taxa básica se encontra em queda, como estava no fim de 2023, a tendência é baratear a oferta de crédito, à medida que os juros cobrados serão menores. Isso é bom para quem pretende contrair empréstimos ou obter financiamentos em banco. Se o indicador sobe, prepare-se: o crédito vai ficar mais caro.
Ela também impacta os investimentos financeiros. Quem aplica em renda fixa, por exemplo, pode ser beneficiado com a elevação da Selic, uma vez que os títulos mais concorridos costumam estar atrelados à taxa básica. Se ela aumentar, os rendimentos deverão subir com a elevação dos juros. Neste caso, estão enquadrados investimentos como CDB, letras de crédito e debêntures, entre outros.
Por outro lado, quem investe em renda variável vai se beneficiar com a queda dos juros básicos. Sabe por que? Esse quadro estimula o aquecimento do consumo e, por consequência, valoriza as empresas no mercado de capitais, premiando os investidores que apostaram em suas ações.
Efeitos no aluguel
Os contratos de aluguel de imóveis, em geral, estabelecem reajustes pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que é calculado pela Fundação Getulio Vargas a partir da variação de preços de serviços e bens da indústria, agricultura e construção civil.
Mas, apesar de obedecer à variação do IGP-M, os aluguéis também sofrem efeitos da taxa Selic, mas esses impactos são indiretos. Se ela estiver em alta, por exemplo, o proprietário poderá optar por se desfazer do imóvel para investir o valor da venda em aplicações financeiras.
Caso a taxa Selic apresentar tendência de baixa, o cenário favorece a longo prazo a elevação da oferta de bens disponíveis para alugar, o que aumenta o cacife do inquilino no momento de negociar a renovação do contrato.
Você percebeu como as decisões tomadas nas reuniões do Copom sobre a taxa Selic podem influenciar as suas contas? Para cima ou para baixo, a tendência dos juros básicos da economia pode trazer cenários positivos ou negativos. Fique ligado!